quarta-feira, março 18, 2009

EPA! - espaço projeto e ação


Diante da deterioração e descrédito do espaço público – político – nos dias atuais, torna-se cada vez mais relevante resgatar a memória e a tentativa da sua
possibilidade. O epa! – espaço projeto e ação – surgiu do epa! – encontro, projeto e ação –, uma iniciativa de um grupo de estudantes de arquitetura da graduação e pós-graduação da USP, ocorrida em 2008, que teve como propósito geral recuperar a memória da ação política estudantil e discutir sua possibilidade hoje. A proposta do espaço é afirmar a centralidade da ação direta, junto aos movimentos sociais, às comunidades organizadas, na ação política, como melhor meio para alcançar transformações sociais profundas e relevantes. O método de recolocar essa possibilidade para os estudantes é promover uma constante discussão sobre trabalhos concretos, tratando diretamente questões concretas da cidade. Além disso, apontar direções possíveis de atuação profissional futura, dentro de um projeto político que dê sentido à prática do arquiteto. Tudo isso por meio do encontro permanente.

reuniões abertas todas as terças-feiras, no gfau, às 18:00

para se inscrever no e-groups, mande mensagem vazia para
epa_fau-subscribe@yahoogrupos.com.br"


"[...] esta interpretação psicológica, para qual a ausência ou presença de uma esfera pública é tão irrelevante quanto qualquer realidade tangível e mundana, parece bastante duvidosa em vista do fato de que nenhuma atividade pode tornar-se excelente se o mundo não proporciona espaço para o seu exercício. Nem a educação nem a engenhosidade nem o talento podem substituir os elementos constitutivos da esfera pública, que fazem dela o local adequado para a excelência humana.
hannah arendt, a condição humana"

"[...] Ante a racionalidade dominante, desejosa de tudo conquistar, pode-se, de um ponto de vista dos atores não beneficiados, falar de irracionalidade, isto é, de produção deliberada de situações não-razoáveis. Objetivamente, pode-se dizer também que, a partir dessa racionalidade hegemônica, instalam-se paralelamente contraracionalidades. Essas contra-racionalidades se localizam, [...] de um ponto de vista geográfico, nas áreas menos modernas e mais "opacas", tornadas irracionais para usos hegemônicos. [...] Essa experiência de escassez é a base de uma adaptação criadora à realidade existente. O que muitos consideram, adjetivamente, como "irracionalidade" e, dialeticamente, como "contraracionalidade", constitui, na verdade, e substancialmente, outras formas de racionalidade, racionalidades paralelas, divergentes e convergentes ao mesmo tempo. [...] O fato de que a produção limitada de racionalidade é
associada a uma produção ampla de escassez conduz os atores que estão fora do círculo da racionalidade hegemônica à descoberta de sua exclusão e à busca de formas alternativas de racionalidade, indispensáveis à sua sobrevivência. A racionalidade dominante e cega acaba por produzir os seus próprios limites.
milton santos, a natureza do espaço"

por joao busco

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